13.4.12

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Tony Allen, Damon Albarn, Flea - Rocket Juice & the Moon (2012)

Foi por pouco, no sufoco, nos últimos minutos do 'Queremos'!, mas os fãs de afrobeat acordaram hoje podendo comemorar: está confirmadíssima a apresentação do baterista Tony Allen, dia 6, no Circo Voador, Rio (um dia antes, Allen toca em SP, na Virada Cultural). A expectativa é de dois shows históricos e de casa cheia do nigeriano de incríveis 71 anos, nascido em Lagos, certamente top 5 entre os melhores bateristas de todos os tempos.

Fela Kuti já disse que sem a bateria de Tony Allen não existira o afrobeat. A parceria dos dois começou em 1968 e durou oficialmente até 1978, quando Allen deixou a direção musical do Africa 70, durante turnê de Fela na Alemanha.  Hoje, Tony Allen mora em Paris, tocou nos anos 80 e 90 com pesos pesados da black music como King Sunny Ade, Ray Lema, Manu Dibango, Baaba Maal, o jazzmen Archie Shepp, e continua a todo vapor. 

‘Rocket Juice & the Moon’ é seu novo projeto ao lado dos cracaços Damon Albarn (Blur e Gorillaz) e Flea (Red Hot), com participações de nomes como Eryka Baduh, do cantor malinês Fatoumata Diawara, do rapper ganês M.anifest e do combo de Chicago Hypnotic Brass Ensemble. O disco recém-lançado é a segunda parceria de Allen com Albarn. Antes, a dupla já tinha dividido estúdio e shows no projeto ‘The Good, the Bad and the Queen’, também com um timaço de músicos que tinha entre outros Paul Simonon, do Clash, e Simon Tong, guitarrista do The Verve. A primeira apresentação do super trio aconteceu, em 2011, no Cork Jazz Festival, na Irlanda. Não há expectativa de uma turnê dos três juntos já que o Red Hot tem agenda fechada para os próximos meses, Albarn é quase onipresente em vários projetos paralelos, assim como o também requisitadíssimo Tony Allen. 

‘Rocket Juice’ tem um pouco da influência de cada um de seus integrantes. Funkão pesado de respeito para sacudir a pista e o cérebro.  Presta atenção no entrosamento na cozinha entre Flea e Tony Allen. Discaço. 

Na playlist estão também faixas do último disco solo de Tony Allen, ‘Secret Agent’, de 2009, o dueto com Jimi Tenor, no projeto ‘Inspiration Information‘, do mesmo ano, mais participações no disco dos franceses do Fanga e no recém-lançado disco do guitarrista Ebo Taylor (2012). E aqui mais informações sobre relançamentos de vinis de Tony Allen. 



Akalé Wubé (2011)

Com o quantidade de imigrantes africanos circulando pelas grandes cidades da França era mais do que esperado a overdose de bandas, festas e pesquisadores de afrobeat, high-life, hiplife, ethio-jazz e de outros ritmos black no país. E foi na capital Paris que nasceu, em 1998, o primeiríssimo álbum da série ‘Ethiopiques’ resgatando nomes da fase de ouro do jazz etíope como Alemayehu Eshete, Tsehaytu Beraki, e, principalmente, Mulatu Astatke, que tocou ano passado em SP com casa cheia e ingressos esgotados em poucas horas. Foi também na cidade luz que surgiu uma das melhores bandas da pequena, mas altamente competente cena de ethio-jazz europeia, o quinteto Akalé Wubé (nome baseado em uma faixa do saxofonista Getatchew Mekurya). Vizinhos quase de porta do DJ Blundetto, estourado em Paris e hypado já fora da Europa, o  Akalé Wubé se destacou no último disco do francês e começa aos poucos a fazer barulho também fora da Europa. 

O álbum homônimo, de 2011, é o primeiro da banda e deixou ótima impressão. Traz novas versões para faixas clássicas da série 'Ethiopiques', todas instrumentais dos anos 60 e 70 com os metais dominando, mas também com forte presença de piano, baixo e até uma flautinha matadora. O caldeirão do Akalé Wubé mistura ainda psicodelia, reggae e funky. Como disse o DJ da BBC Gilles Peterson, som perfeito e viajante para ouvir no final da noite. Se quiser conhecer mais sobre a cena de ethio-jazz na Europa, ouça também Woima e Whitefield Brothers. Abaixo, o Wakalé Wubé ao vivo, em Paris, tocando o clássico etíope Muziqawi Silt.





Caçapa - Elefantes na Rua Nova (2011)

Conheci Rodrigo Caçapa pela seleção de altíssimo nível de cinco álbuns fundamentais de música africana indicados por ele que fez dupla com matéria do blog sobre o Awesome Tapes from Africa no miniespecial África na +Soma. Produtor, violonista e pesquisador musical obsessivo de ritmos afro e também nordestinos, o pernambucano Caçapa lançou em 2011 seu primeiro disco solo coroando carreira recheada de contribuições para projetos estourados de nomes que vão de Nação Zumbi e Siba a Alessandra Leão, Biu Roque e Kiko Dinucci. 

‘Elefantes na Rua Nova’ entrou em várias listas de melhores discos do ano misturando erudito e popular com maestria, incorporando efeitos e violas distorcidas em levadas de coco, rojão e samba. Caçapa gravou, produziu e arranjou as oito faixas tocando três violas, com Alessandra Leão, na percussão, e Hugo Lins, no violão baixo. No site que reproduz o CD multimídia que acompanhava o disco estão detalhes sobre a produção, instrumentos e efeitos usados no disco, assim como vídeos em que o artista explica conceitos do projeto como técnica, tradição e intuição. 



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