19.8.11

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Tinariwen – Tassili (2011)

Eleito pela revista britânica Uncut como melhor grupo de 2009 e com fãs que variam de Robert Plant a Bono, Thom Yorke e Brian Eno, os tuaregs do Tinariwen, o ‘Led Zeppelin do deserto’, voltaram a fazer barulho no mundo da web ao divulgar o primeiro single do seu quinto e aguardado álbum, ‘Tassili’, previsto para ser lançado no próximo dia 30. Com participação especial do vocalista e do guitarrista da banda TV On The Radio, a música ‘Tenere Taqhim Tossam’ antecipa o que cariocas e paulistas verão ao vivo no Festival Back2Black (dia 26, na Estação Leopoldina, no Rio, e 30, no Bourbon Street, em SP), programão imperdível que trará ao país nomes como Chaka Khan e Oumou Sangaré.

Gravado no oásis de Djanet, no sudoeste da Argélia, o single mostra o grupo no auge, fazendo um blues hipnótico, cru, roots até a alma, mistura perfeita de Robert Johnson com Ali Farka Touré, Led com Santana. Segundo a gravadora Anti-Records, o novo disco marcará a volta do Tinariwen ao som acústico. ‘Tassili’ (sítio arqueológico na Argélia, patrimônio da Humanidade e onde existem uma das mais importantes coleções de pinturas rupestres do mundo) terá ainda participações de músicos da Dirty Dozen Brass Band, de Nova Orleans, e do guitarrista do Wilco (grupo da mesma Anti-Records dos também alternativos Nick Cave, Tom Waits e do soulman Booker T).

Criado em 1979 em um acampamento no Mali (há tuaregs hoje vivendo no Níger, Líbia, Argélia e Burkina Faso), o Tinariwen ficou famoso no Norte e Oeste da África através de fitas copiadas livremente e reproduzidas em gravadores comunitários. O grupo passou em branco durante a explosão da ‘world music’, na década de 80, mas os radares de blogueiros e gravadoras especializados tiraram a banda do anonimato a partir dos dois últimos discos da banda, ‘Aman Iman’, de 2007, e ‘Imidiwan’, de 2009, mesmo ano dos shows históricos nos megafestivais de Glastonbury e Coachella.

Veja abaixo clipe oficial do último single, ‘Tenere Taqhim Tossam’, mais minidoc sobre a banda e imagens de festival no Saara. 



Grant Green – Green Street (1961)

Ninguém produziu tanto para a Blue Note Records nos anos 60 quanto o guitarrista Grant Green. No mesmo ano em que lançou ‘Green Street’, em 1961, o músico nascido em St. Louis gravou mais sete discos, sendo cinco na Blue Note, uma das gravadoras mais clássicas do jazz e certamente das mais importantes na história da música. Isso fora as participações em álbuns de pesos pesados como Stanley Turrentine, Yusef Lateef, Hank Mobley, Herbie Hancock, Big John Patton e outros. Descoberto por Lou Donaldson em um bar do Missouri, nos anos 50, Green logo se mudou para Nova York, onde estavam os grandes clubes de jazz. Dizia que sua maior influência eram os guitarristas Charlie Christian e Jimmy Raney, mas admitia que na hora de ouvir música curtia mesmo era Charlie Parker e Miles Davis.

Gosta de Wes Montgomery? Conhece Kenny Burrell? Grant Green vai na mesma linha. Guitarra perfeita, sofisticada, cool. Presta atenção na playlist na versão do trio afiadíssimo com Ben Tucker e Dave Bailey para ‘Round Midnight’, de Thelonious Monk. Abaixo, Green em ação nos anos 70.



Owiny Sigoma Band (2010)

Mais um projeto africano com assinatura do ex-Blur e Gorilaz, Damon Albarn, o disco de estreia da Owiny Sigoma Band tem mais parceiros ilustres, como Laurent Garnier e o produtor inglês Quantic, e foi figurinha fácil nas listas dos melhores álbuns de 2010. A ideia original era simples e despretensiosa: unir músicos da Inglaterra (entre eles, Jesse Hackett, tecladista do Gorilaz) e do Quênia, em uma jam na capital Nairobi. Mas quando o DJ Giles Peterson, da BBC, ouviu os quatro temas instrumentais pela primeira vez, se empolgou, assinou contrato e mandou os ingleses de volta para África. Queria mais. No segundo encontro, a banda cresceu para 10 músicos e gravou por dois dias no Teatro Nacional do Quênia. O resultado veio impregnado de groove, cheio de influências da Nigéria e Mali, e com o charme especial do nyatiti, um tipo de harpa de oito cordas. Apaixonado pelos sons africanos, com discos gravados no Mali e agora no Congo, Damon Albarn toca teclado em duas músicas (ouça aqui).

Giles Peterson explicou assim por que decidiu produzir o disco. ‘O nyatiti, os vocais, é tudo muito diferente do som que conhecemos da África. Mas o que mais me conquistou foi baixo e percussão, o ritmo é pesado’. 

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