30.6.11
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BiD - Bambas Dois - Brasil Jamaica (2011) e Bambas e Biritas (2005)
Segundo disco do produtor Eduardo Bidlovski, o BiD, do clássico, seminal, histórico - e quantos adjetivos mais você quiser - ‘Afrociberdelia’, de Chico Science, ‘Bambas Dois - Brasil Jamaica’ só deve ficar pronto em agosto, mas pelas duas faixas já disponíveis para download dá para adiantar que o projeto vem com sua marca de sempre misturando vanguarda e experimentação. A ideia do álbum é simples, daquelas que a gente fica imaginando ‘por que não pensaram nisso antes’. Mas é aí que entra o talento de BiD para fechar o projeto, convidar os músicos certos, costurar referências e construir uma ponte inédita entre o nosso Nordeste e a capital jamaicana Kingston, entre forró, baião, maracatu, com reggae, rocksteady, dancehall e ragga.
O vídeo com os bastidores das gravações mostra trecho do dueto emocionante de Dominguinhos e Kymani Marley, e BiD contando que teve a sacação do projeto em um passeio de barco na Jamaica quando o pescador local rimou sobre bases de Chico César. Participam também do disco o trio do Nação Zumbi Lúcio Maia, Gilmar Bola 8 e Marco Matias, além de Bi Ribeiro, Thalma de Freitas, Karina Buhr, Mariana Aydar e Céu; e entre os treze artistas jamaicanos, nomes como SIzzla, Heptones, U-Roy, Tony Rebel e Oku Onuora.
‘Bambas Dois’ será lançado seis anos após o primeiro disco de BiD, ‘Bambas e biritas’. Para quem não conhece, pode correr atrás que tem duas músicas daquelas obrigatórias para festinha em casa ou para ficar para sempre no iPod: ‘Roda, rodete, rodeando’, lançada primeiro em 2001, pela Revista Trip, com Chico Science no vocal; e ‘Mandingueira’, com Elza Soares. ‘Bambas’ tem ao todo onze músicas nesse mesmo esquema BiD de produzir, cheio de convidados, gente do naipe de Black Alien, Rappin' Hood, Seu Jorge e Marku Ribas.
Para fechar, vale lembrar mais um pouco do currículo inacreditável desse produtor que é também arranjador, compositor, DJ e multi-instrumentista: o cara começou aos 17 anos na banda Tokio, foi guitarrista da Professor Antena, produziu para o Nação, Seu Jorge, D2, Rappin’ Hood, Mundo Livre, Marina Lima, Arnaldo Antunes, Tribalistas, Jorge Benjor, Planet Hemp, Fernanda Abreu, Daúde, Otto, Mariana Aydar, Chico César... e até 2005 esteve à frente do excelente ‘Funk como Le Gusta’, projeto black de altíssimo nível que resgatou nomes das antigas como Gerson King Combo e Trio Mocotó.
Ouça na playlist quatro de ’Bambas e Biritas’ e mais cinco do Funk como Le Gusta. Aqui você faz o download para duas faixas de ‘Bambas Dois’. E, abaixo, o making of do projeto na Jamaica.
Aretha Franklin - Lady Soul (1968)
Aretha Franklin foi eleita, em 2008, a maior cantora da chamada ‘era do rock’, em votação da revista Rolling Stone, com 179 músicos, produtores e jornalistas, ficando à frente de nomes como Ray Charles (segundo colocado), Elvis Presley (terceiro), Sam Cooke (quarto) e John Lennon (quinto). Com voz poderosa e groove inigualável, a Rainha do Soul foi uma verdadeira máquina de hits. Entre 1967 e 1968, conseguiu o feito de emplacar nada menos que 10 músicas no top 10 das mais tocadas nos EUA. O fenômeno começou com o disco ‘I never loved a man the way I love you’, que enfileirava petardos como ‘Respect’ e ‘Save me’, até esse que é talvez um dos maiores álbuns da história da música: ‘Lady Soul’.
Lançado em 1968, o disco de 10 músicas abre com ‘Chain of fools’(e seu refrão inigualável ‘chain chain, chain...’) , segue com a balada black ‘You make me feel like a natural woman', e tem versões antológicas para músicas de James Brown (‘Money won't change you’), Ray Charles (‘Come back baby’) e Curtis Mayfield (o hino black ‘People Get Ready’). ‘Lady Soul’ ficou mais de um ano no ranking dos mais tocados nos EUA e até hoje é considerado um dos melhores discos da longa carreira de Aretha Franklin.
Em 2011, a cantora de 68 anos lançou seu 38º álbum, ‘A woman falling out of love’, após sérios problemas de saúde, entre eles um câncer de pâncreas.
Para matar a saudade da Rainha do Soul no auge, Aretha arrepiando com ‘Chain of fools’. Dá um confere na dancinha das backing vocals. Posto de número um merecidíssimo.
Thunder Chicken - Mighty Imperials (2004)
O primeiro e único disco do Mighty Imperials é de 1999, mas só foi lançado em 2004 pela Daptone Records quando seus quatro integrantes já faziam parte de grupos hypados, como Dap Kings, Antibalas, Soul Fire e El Michels Affair. Todos os quatro integrantes da banda tinham na época da gravação menos de 18 anos, já o suficiente para carregar o som de um groove black anos 60 da melhor qualidade. A jam pelo visto serviu para o quarteto afiar os instrumentos antes de estourar na cena black internacional. Baixo no ponto, bateria crua e solos funkeados de guitarra e hammond.
Veja abaixo o baterista Homer Steinweiss em ação pelo Dap Kings tocando com Sharon Jones, na Amoeba, superloja de LA.