7.7.11
hiddenorchestra-blackkeys-bassekou
>> playlist
Hidden Orchestra - Night Walks (2010)
Documentário de rádio é uma arte pouca explorada no Brasil e uma das especialidades da britânica BBC. Foi lá que o escocês Joe Acheson apurou seu faro para sons, ruídos e ambientações antes de criar o quarteto Hidden Orchestra, uma das bandas revelações de 2010 com seu álbum de estreia, o viajandão, etéreo, hipnótico, intenso e cinematográfico ‘Night Walks’. Formado por Acheson, Poppy Ackoyd (violino, teclado) e dois bateristas, Tim Lane e Jamie Graham, o Hidden Orchestra é comparado ao também britânico e já estabelecido Cinematic Orchestra por suas colagens de percussão, cordas, vozes e metais, misturando elementos de jazz, rock, clássico, hip-hop e drum and bass. Mas a grande novidade de Acheson no Hidden Orchestra é sua preocupação em costurar climas e atmosferas a partir de instrumentos de verdade, orgânicos, e não apenas com sintetizadores.
Um ano após o lançamento de ‘Night Walks’, Acheson foi indicado ao Sony Awards como apresentador, produtor e compositor do projeto da BBC 'O som da neve e do gelo'. Então... parando aqui para refletir: um músico-documentarista que se destaca por um programa sobre o som da neve e do gelo, e que ainda estudou piano, canto, toca guitarra, baixo, percussão e bateria, no mínimo, saca muuuito de som, em todos os sentidos – literalmente.
No Hidden Orchestra, Acheson assina as dez músicas de ‘Night Walks’. O disco acabou entrando em todas as listas dos melhores álbuns de 2010 e até hoje rende turnês em festivais de jazz e rock. Depois de tocar ao lado de nomes fortes na cena instrumental e eletrônica como Bonobo e Jaga Jazzist, o Hidden Orchestra foi um dos destaques do Glastobury, no final de junho, e está com agenda cheia durante o verão europeu com apresentações marcadas na Alemanha, Suíça, Inglaterra e França.
Pois separa um tempinho, arruma um lugar calmo, coloca o fone ou aumenta o volume e se prepara para um som ao mesmo tempo relaxado e intenso. Trilha sonora para um filme na sua cabeça.
Black Keys - Brothers (2011)
Um rock pesado com pitadas de blues e soul em tons psicodélicos. A mistura explosiva rendeu ao Black Keys nada menos que dois Grammys e posto cativo em quase todas as listas de melhores discos de 2011 com ‘Brothers’. Formado em Ohio, o duo Patrick Carney (bateria) e Dan Auerchbach (guitarra e vocais) - isso mesmo, toda a sonzeira rock-blues do Black Keys sai de apenas dois instrumentos - chegou ao seu sexto álbum tendo emplacado hits em filmes como ‘Escola de rock’, em seriados como ‘The OC’ e ‘Gossip girl’, e até nos games 'Fifa' e ‘Grand theft autho’, além de participações em todos os grandes festivais, como Coachella, Lolapallooza e Bonnaroo. Bebendo na fonte de Jimi Hendrix e Led Zeppelin, eles fazem um rock groovy cru e despretensioso que lembra o também duo White Stripes. Mas é um estilo tão próprio que qualquer comparação serve mesmo só como parâmetro. Basta conferir as repercussões na mídia especializada. Para a 'New Yorker', 'Brothers faz a terra tremer'; para o 'Observer', 'é o melhor álbum autêntico de rock em anos'.
Como não dá para desperdiçar os petardos envenenados do repertório do White Stripes, a playlist inclui também músicas de outros discos. Vai direto em ‘Tighten Up’, ‘Everlasting light’ e ‘Ten cent pistols’ e segura a onda que a pancada é forte. Veja abaixo a clássica 'Howlin' for you’ no David Letterman.
Bassekou Kouyate – Segu blue (2006) I speak Fula (2010)
Bassekou Kouyate já tocou com U2 e Santana, ganhou elogios de nomes do rock e da música eletrônica, como Damon Albarn e Fat Boy Slim, e hoje forma junto com Toumani Diabaté e Ali Farka Touré o trio de maior destaque internacional da riquíssima música do Mali. Mestre do ngoni, instrumento criado no oeste da África e ancestral do banjo, Bassekou começou a chamar atenção na Europa e EUA ao gravar ‘Kulanjan’, em 1999, parceria entre Taj Mahal e o mestre da kora Diabaté. Impressionado com a técnica de Bassekou, primeiro em seu país a tocar o ngoni como se fosse uma guitarra, o multi-instrumentista de NY não teve dúvidas: ‘É um gênio, prova viva que o blues nasceu no Mali’. De lá para cá, as parcerias se multiplicaram até o convite para gravar o primeiro disco solo, ‘Segu blue’, pelo selo alemão Out Here Records. O álbum de 2006 conquistou a mídia especializada e abriu portas para turnês. Quatro anos depois, Bassekou voltou com ‘I speak Fula’ dando mais um passo rumo a sua consolidação no mercado internacional. Ouça na playlist músicas de 'Segu blue', 'I speak Fula' e também de ‘Kulanjan’. E abaixo, Bassekou em ação no Jools Holland e ao vivo com Taj Mahal.