20.6.11

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Whitefield Brothers – In the raw (2002) e Earthology (2009)

Projeto paralelo do combo alemão Poets of Rhythm, o Whitefield Brothers faz um 'power afrobeat' acelerado, cru, nervoso, lançando talvez um novo caminho para o gênero criado na Nigéria. Tem toques de África, sim, solos inspirados no mestre Fela Kuti, um pouco de ethio-jazz, mas a grande novidade é a mistura com bateria, guitarra e teclado enfurecidos. Depois da estreia promissora com ‘In the raw’, em 2002, ‘Earthology’, de 2009, pega ainda mais pesado no caminho da distorção com pitadas de hip-hop e participações de DJs e da vocalista hypada Bajka. Na playlist, não pode faltar ‘Safari Strut’, totalmente influenciada pelo etíope Mulatu Astatke, e ‘Sad Nile’, puro Fela Kuti. Mas quer pegar pesado logo de cara? Começa com ‘Rampage’ e sente o clima.

Macrotones - Wayne Manor (2008) e First Signs of Danger (2011)

Abrir shows para bandas como Budos Band, Nomo e Sierra Leone's Refugee All Stars já seria o suficiente para ficar ligado no desempenho em estúdio do Macrotones. Pois bem, foram dois discos até agora e potencial de sobra para o combo formado por 11 músicos de Boston entrar de vez na lista de revelações da nova cena afrobeat da costa leste dos EUA. O primeiro, 'Wayne Manor’, de 2008, é todo instrumental, carregadíssimo na percussão, com solos matadores do quarteto de metais. Em ‘First Signs of Danger’, lançado em maio, o Macrotones incorpora elementos de funk, soul, ethiojazz e rock. Afrobeat com altas doses de jazz para embalar a noite ou inspirar o final de tarde.

Seu Jorge e Almaz (2010) 

Seu Jorge apareceu no Farofa Carioca, surpreendeu como ator em ‘Cidade de Deus’, fez disco internacional com covers de David Bowie, foi ainda mais longe com a carreira solo, mas é no Almaz onde ele parece estar em casa. O que era para ser só uma parceria para a trilha do filme ‘Linha de Passe’, de Walter Salles, acabou se transformando em um dos projetos mais bem sucedidos dos últimos anos na música groove brasileira. ‘Seu Jorge e Almaz’ foi lançado, em 2010, com shows nos Estados Unidos, Japão e Europa. Quando o grupo finalmente começou a turnê pelo Brasil, o que era bom no CD ficou incrível ao vivo.

O quarteto começou a ganhar forma ainda em 2008 num show do Maquinado, projeto paralelo de Lúcio Maia, do Nação Zumbi, para muitos a melhor banda do rock brasileiro dos últimos anos. Seu Jorge fechava sua participação cantando ‘Juízo final’, de Nelson Cavaquinho, quando o guitarrista deu a pista: ‘E aí, vai morrer aqui?’ Nada... quando veio o convite de Walter Salles, Pupillo, também do Nação, assumiu a bateria e o músico Antônio Pinto, autor das trilhas de ‘Cidade de Deus’ e ‘Central do Brasil’, atacou no baixo. Estava formado o quarteto base do Almaz. Para completar o timaço, o superprodutor Mario Caldato Júnior, do Beastie Boys e D2.

Incrível como a voz de Seu Jorge encaixa perfeito com o instrumental psicodélico de Lúcio Maia e Pupillo dando um climão enfumaçado e vintage para clássicos da MPB e do rock. Tem de Jorge Benjor a Kraftwerk passando por Michael Jackson, Tim Maia e Baden Powell. Abaixo, trecho e bastidores do showzaço do Almaz no Circo Voador, no RJ.


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