15.7.11
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Karl Hector and the Malcouns – Tamanraset (2011)
O guitarrista alemão Jay Whitefield é atualmente quase onipresente nos projetos de funk-afrobeat mais hypados da Europa. Um dos criadores do excelente e seminal Poets of Rhythm, ele está à frente ainda do Whitefield Brothers (que já teve post recente aqui no blog) e nesse verão europeu toca com a multicultural Berlim Afrobeat Academy na elogiadíssima turnê do ganês Ebo Taylor. Mas é ao lado de Karl Hector, ex-Funk Pilots, 'os Malcouns' Thomas Myland e Zdenko Curlija, e mais dois integrantes do Poets, que ele deixa rolar sua veia mais psicodélica. O sexteto acaba de lançar pela Now-Again Records (mesmo selo dos Heliocentrics) o vinil 'Tamanraset' em edição limitada de mil cópias. O disco com apenas cinco músicas mistura Fela Kuti com James Brown e é recheado de influências de países da costa norte e oeste da África (o título, aliás, é uma homenagem à cidade homônima na Argélia, conhecida como 'capital do Saara'). Funciona também como um esquenta para o segundo álbum oficial da banda, ainda sem data prevista de lançamento. Vale ouvir o disco inteiro no site da Stones Throw. Na playlist, tem 'El Gusto' e mais três do primeiro disco, o também sensacional ‘Sahara Swing. Abaixo, Whitefield no palco improvisando com o Poets of Rhythm.
The Slackers - Self Medication (2008)
Grupo formado no Brooklyn, NY, o Slackers completa 20 anos de estrada como uma das únicas bandas que conseguiu sobreviver ao revival do gênero no começo dos anos 90 com uma produção intensa chegando a 16 discos na carreira. ‘Self Medication’, de 2008, é um dos melhores transitando por gêneros como o rocksteady (que fez transição para o reggae nos anos 60), além de soul, rock e jazz. Em ‘Walking with myself’, aparece até um acordeão bizarro estilo Tom Waits. Confira na playlist junto com ‘Don’t forget the streets’ e mais duas do também elogiado ‘Peculiar’, de 2006.
Grupo formado no Brooklyn, NY, o Slackers completa 20 anos de estrada como uma das únicas bandas que conseguiu sobreviver ao revival do gênero no começo dos anos 90 com uma produção intensa chegando a 16 discos na carreira. ‘Self Medication’, de 2008, é um dos melhores transitando por gêneros como o rocksteady (que fez transição para o reggae nos anos 60), além de soul, rock e jazz. Em ‘Walking with myself’, aparece até um acordeão bizarro estilo Tom Waits. Confira na playlist junto com ‘Don’t forget the streets’ e mais duas do também elogiado ‘Peculiar’, de 2006.
Poucos músicos poderiam não só escrever como cantar ‘Eu sou o samba’ com tanta propriedade quanto José Flores de Jesus, o Zé Ketti. Autor de clássicos como ‘Malvadeza Durão’, 'Diz que fui por aí' e ‘Máscara Negra’, o portelense nascido em Inhaúma conseguiu ir além e marcou seu nome também no cinema e no teatro: atuou em ‘Rio 40 graus’, de Nelson Pereira dos Santos, fez trilhas para Leon Hirszman e Cacá Diegues, e protagonizou a peça 'Opinião' com João do Vale e Nara Leão (na foto em encontro com os também geniais Cartola e Nelson Cavaquinho).
Zé Ketti é ainda criador do grupo A Voz do Samba, em que tocava com um ainda iniciante Paulinho da Viola e bambas como Jair do Cavaquinho, Oscar Bigode, Elton Medeiros e Nescarzinho do Salgueiro, e foi uma espécie de mestre de cerimônia do Zicartola, bar do casal mangueirense que juntou sambistas do morro e do asfalto em noites memoráveis no final dos anos 60.
O ‘senhor samba’ morreu em 1999, aos 78 anos, poucos meses após a morte da esposa. No ano anterior, havia sido o grande homenageado no Prêmio Shell. A coletânea Zé Ketti, de 1998, é boa pedida para ter em casa sempre à mão. Na playlist, a sequência começa com ‘A Voz do morro’ e tem mais seis músicas, inclusive uma das minhas preferidas, ‘Malvadeza Durão’ (no vídeo abaixo na voz de Grande Otelo, em ‘Rio Zona Norte’). Para fechar, a deliciosa 'Diz que fui por aí' em programa histórico da Cultura.
Zé Ketti é ainda criador do grupo A Voz do Samba, em que tocava com um ainda iniciante Paulinho da Viola e bambas como Jair do Cavaquinho, Oscar Bigode, Elton Medeiros e Nescarzinho do Salgueiro, e foi uma espécie de mestre de cerimônia do Zicartola, bar do casal mangueirense que juntou sambistas do morro e do asfalto em noites memoráveis no final dos anos 60.