8.4.11

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Maggot Brain – Funkadelic (1971)
Mothership Connection – Parliament (1976)

A lista de shows imperdíveis em SP para quem gosta de black music acaba de ganhar mais um nome de peso. Depois do BMW Jazz Festival anunciar Sharon Jones e a Virada Cultural atacar com Fred Wesley e Skatalites, agora é a vez do novíssimo Black na Cena Music Festival confirmar para o dia 22 de julho, no Anhembi, a lenda do funk George Clinton. Quem viu o doutor Funknstein ao vivo por aqui no Free Jazz em 1996 sabe que é uma noite para lembrar para sempre. Autor de álbuns históricos ao lado de músicos como Fred Wesley, Maceo Parker e Bootsy Coolins, líder dos coletivos Parliament e Funkadelic, o funkmaster George Clinton sempre sobe ao palco com uma superbanda quase extraterrestre lotada de figuraços fantasiados, toca por horas e horas e transforma seus shows num grande bailão groove. Prestes a completar incríveis 70 anos com seu ‘p-funk’ afiado, Clinton influenciou de Red Hot Chili Peppers a Snoop Dogg, de Outkast a De La Soul com alguns dos maiores clássicos da black music de todos os tempos. As duas dicas do blog para já entrar no clima são ‘Mothership Connection’, de 1976, com o Parliament, e ‘Maggot Brain’, de 1978, com o Funkadelic. E mais um detalhe para o show de SP: seu aniversário cai exatamente no dia. Só vendo.

Beggars Banquet – Rolling Stones (1968)

Fazer lista dos melhores álbuns lançados em 1968 não deve ter sido tarefa fácil para os críticos naquele ano. Veja só: os Beatles lançaram o ‘White Album‘, Hendrix veio com ‘Electric Ladylad’ e Aretha Franklyn com ‘Lady  Soul’. Em dezembro, com cinco meses de atraso após ter lançamento embargado por causa da foto da capa (um banheiro underground pichado que seria temporariamente substituído por um fundo branco que renderia outra polêmica devido à semelhança com o disco dos Beatles), os Rolling Stones lançavam ‘Beggars Banquet’ abrindo uma sequência de álbuns clássicos mergulhados no rock e curtidos no blues que teria ainda ‘Let it Bleed’ (1969), ‘Sticky Fingers’ (1971) e ‘Exile on Main Street (1972). Era a volta dos Stones ao rock-blues dos primeiros shows após rápida e polêmica passagem pela psicodelia com ‘Their satanic majesties request’. ‘Beggars Banquet’ enfileira 10 petardos que até hoje frequentam o set list dos Stones como ‘Sympathy for the Devil’, que abre os trabalhos, ‘Street Fighting Man’, com Keith Richards no violão e letra bem clima 68, e ‘No Expectations’, numa das últimas participações de Brian Jones na banda tocando slide guitar. E tem ainda as deliciosas ‘Jigsaw Puzzle’ e ‘Stray Cat Blues’. O álbum chegou a top #3 na Inglaterra e entraria na lista dos melhores CDs de todos os tempos da revista Rolling Stones e no top 200 de álbuns definitivos no ‘Rock and Roll Hall of Fame’. Curiosidade é que só em 2002, numa versão remasterizada, ‘Beggars Banquet’ apareceu na sua velocidade original de gravação ficando 30 segundos mais rápido, o suficiente para dar ainda mais pegada. Se a sua impressão é que os Stones estão sempre se equilibrando entre o rock, o blues e o pop inglês, em ‘Beggars Banquet’ eles estão mais raiz do que nunca. 

Souljazz Orchestra – Rising Sun (2010)

Terceiro disco da Souljazz Orchestra e primeiro pela gravadora Strut Records, ‘Rising Sun’ é mais uma prova que o afrobeat está mais vivo que nunca nos EUA e Europa. Com agenda cheia na Inglaterra, Alemanha e França nos próximos meses, o sexteto canadense segue em turnê com o álbum que foi considerado um dos melhores da black music de 2010 misturando afrobeat com soul e ethio-jazz num caldeirão envenenado com mais de 30 instrumentos.  ‘Agbara’, por exemplo, é puro groove africano e ‘Negus Negast’ tem influência direta de Mulatu Astatke (também da Strut Records, aliás, vale ficar de olho no site da gravadora). Discaço para tocar direto e pinçar as melhores para o iPod. E fechando a playlist, ‘Mista president’, primeiro hit da banda de 2006. Yebo.

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