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15.9.11
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Com incríveis 81 anos e em plena atividade enfileirando shows antológicos, o saxofonista de Nova York Sonny Rollins, representante da fase de ouro do hard bop e para muitos o maior músico vivo, comemora em 2011 nada menos que 60 anos do seu primeiro disco solo, e não para de produzir. Autor de ‘Saxophone Collosus’, de 1963 - na lista dos melhores, mais influentes e indispensáveis álbuns da história do jazz - Sonny acaba de lançar (nesta terça, dia 13) ‘Road Shows Volume 2’, com seis músicas reunindo trechos de gravações inéditas de apresentações no Japão e nos EUA.
O show em NY, realizado ano passado, no Beacon Theather, no dia do seu aniversário de 80 anos, teve convidados do naipe de Jim Hall (guitarrista, parceiro no também histórico ‘The Bridge’, de 1962), Roy Haynes (baterista ex-Charlie Parker, Thelonious Monk, Gary Burton) e ainda destaques da nova geração, como Roy Hargrove e Christian McBride. Mas de todas as participações uma delas foi histórica e virou motivo mais do que suficiente para ‘Road Shows’ ser um disco obrigatório.
O show em NY, realizado ano passado, no Beacon Theather, no dia do seu aniversário de 80 anos, teve convidados do naipe de Jim Hall (guitarrista, parceiro no também histórico ‘The Bridge’, de 1962), Roy Haynes (baterista ex-Charlie Parker, Thelonious Monk, Gary Burton) e ainda destaques da nova geração, como Roy Hargrove e Christian McBride. Mas de todas as participações uma delas foi histórica e virou motivo mais do que suficiente para ‘Road Shows’ ser um disco obrigatório.
Quase no fim da apresentação, Sonny anunciou ‘alguém na casa com um sax’ que queria subir ao palco para lhe desejar parabéns. Por alguns minutos, o clima de mistério e expectativa tomou conta da plateia, afinal, todos os convidados da noite já haviam tocado. Quem seria a cereja do bolo de uma festa que até aquele momento já parecia imbatível? Entre olhares, luzes e um burburinho inevitável, Sonny abriu ‘Sonnymoon’ acompanhado por Jim Hall e Roy Haynes. O mistério acabou minutos depois quando surgiu no palco outra figura octogenária e também clássica na história do jazz, Ornette Coleman, pai do free jazz, um dos artistas mais polêmicos e ‘avant garde’ da música - mas, nos últimos anos, bem menos ativo que Sonny (seu último disco de inéditas, ‘Sound Grammar, é de 2006).
O dueto histórico Rollins-Coleman é o ponto alto do disco ‘Road Shows', mas tem muito mais. São ao todo quatro músicas gravadas no Beacon Thether e mais duas no Festival de Sapporo, Japão, realizado um mês após a apresentação de NY. O álbum, claro, já aparece como candidatíssimo não só para a lista dos melhores do ano no jazz, mas também da década.
A seção ‘First Listen’, do NPR, já havia antecipado as músicas de ‘Road Shows’ antes do lançamento e mantém links para ouvir o álbum completo ou faixa a faixa. E na playlist tem mais Sonny Rollins com as melhores dos discos ‘Saxophone colossus’ (1956), ‘Tenor Madness’ (com John Coltrane, também de 1956), Newk´s Time (1957) e ‘The Bridge’ (1962).
Gravado por Gal Costa, Maria Rita e Lenine, amigo e parceiro do também pernambucano Otto, Junio Barreto já figurou em listas de novas apostas da MPB com seu ‘samba pós-mangue-beat’ cheio de camadas e letras inspiradas ao lançar seu primeiro disco. Músicas como ‘Qualé Mago’, ‘Amigos Bons’ e uma versão de ‘A Mesma Rosa Amarela’, de Capiba, chamaram atenção e o músico de Caruaru, hoje com 47 anos, ganhou projeção. ‘Santana’, hit do álbum, tocou nas rádios, e a temporada de shows em SP e no RJ foi longa. Mas isso foi em 2004, e, tão rápido quando apareceu, o ‘novo xodó da MPB’ deu um tempo. Ficou um disco sensacional, cheio de detalhes, para ser ouvido com calma. Versos assim não aparecem todo dia. A inspiração é Guimarães Rosa, Vladimir Nabokov, Manoel de Barros, William Faulkner, Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga.
Sete anos depois do disco de estreia, e com algumas raras aparições em shows de amigos, como Céu, Otto, Jam da Silva, Cordel do Fogo Encantado e Nação Zumbi, Junio Barreto finaliza seu segundo álbum solo com lançamento previsto para os próximos meses. O produtor é o baterista do Nação, Pupilo, figura quase onipresente nos melhores CDs brasileiros dos últimos anos - seu trabalho mais recente foi com Seu Jorge, no Almaz.
A playlist tem seis músicas, inclusive ‘Se Vê Que Vai Cair Deita de Vez’, do verso lá de cima. Pode reservar espaço no iPod que o som é viciante, um Chico Science tranqüilo e literário. Abaixo, Junio Barreto em ação no Radiola da TV Cultura.
‘Se vê que vai cair deita de vez, oh nego
Clareia, clareia
Amansa calundu, junta, sacode, sai, é
Cai logo, nego
Sossega teu coração’
Clareia, clareia
Amansa calundu, junta, sacode, sai, é
Cai logo, nego
Sossega teu coração’
A playlist tem seis músicas, inclusive ‘Se Vê Que Vai Cair Deita de Vez’, do verso lá de cima. Pode reservar espaço no iPod que o som é viciante, um Chico Science tranqüilo e literário. Abaixo, Junio Barreto em ação no Radiola da TV Cultura.
Difícil identificar a fronteira entre música e política no som do Asian Dub Foundation. E tudo sem economia: letras inflamadas, gritadas, rimadas; dub, funk, ragga e rap carregados, hipnóticos, incendiários. Criado por descendentes de indianos e paquistaneses em um projeto social, na periferia de Londres, em 1993, o ADF explodiu em 1995 com o single ‘Rebel Warrior’ emendando turnê com os Beastie Boys pelos EUA e Japão. ‘Community Music’, lançado em 2000, é o quarto disco da banda com mais de 1h de petardos certeiros sobre temas espinhosos, como racismo (‘Officer XX’), imigração (‘Memory War’), economia (‘Crash’) e até uma homenagem ao seminal músico paquistanês Nusrat Fateh Ali Khan, em ‘Taa Deem’. Ouça na playlist seis músicas de ‘Community Music’ e mais ’19 Rebbelions’, do disco ‘Enemy of the Enemy’, de 2003, com participação de Edi Rock, dos Racionais MCs, e trechos de reportagens de TVs brasileiras sobre a série de motins em presídios pelo país. Tudo no estilo Dub Foundation, meio The Clash, meio Public Enemy, um soco na barriga, para oxigenar as idéias e perder o fôlego na pista.
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