4.11.11
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>> playlist
Bixiga 70 (2011)
Budos Band, Nomo, Kokolo, Daktaris, Fanga, Shaolin Afronauts… a lista de bandas que partem do afrobeat para fazer um som quase todo instrumental com referências ao funk e jazz é enorme lá fora, mas ainda faltava um disco de peso no Brasil para colocar o país definitivamente no mapa dessa nova cena black mundial. Pois esse álbum já tem nome (o mesmo da banda) e pode ser baixado de graça na web: ‘Bixiga 70'.
Depois de um série de shows concorridíssimos em SP, a bigband formada por dez músicos com longa estrada na cena black paulistana causou burburinho antes mesmo da estreia e seu primeiro disco era um dos lançamentos mais aguardados de 2011. Com doze músicas e 47 minutos de duração, o álbum foi além superando expectativas e mostrando que o grupo tem fôlego para brigar de igual para igual com qualquer banda no mercado internacional de afrobeat. É um disco que pode virar histórico por marcar a entrada oficial do país nessa cena que vem fervendo na Europa e EUA. Vale lembrar que o álbum de estreia da carioca Abayomy está no forno e deve ser lançado até início de 2012.
Em entrevista ao site do Estadão, o baterista Décio 7 falou sobre as influências da banda: ‘As pessoas acabam associando o som do Bixiga 70 ao afrobeat. Mas, na verdade, nossa inspiração vem de várias Áfricas, desde Guiné ao batuque afro filtrado pelo nosso som tropical, que chegou a nós através de Baden, da música de Gil e de Chico Science’.
O nome Bixiga 70 é uma homenagem a duas referências fundamentais no som e na história da banda. A primeira e mais óbvia é o Africa 70 de Fela Kuti; a outra é o estúdio Traquitana, berço de álbuns de nomes como Guizado, Lucas Santtana e Leo Cavalcanti, localizado no número 70, da Rua Treze de Maio, no Bixiga. Daí então o nome que virou sinônimo de boa música black na noite paulistana.
Em entrevista ao site do Estadão, o baterista Décio 7 falou sobre as influências da banda: ‘As pessoas acabam associando o som do Bixiga 70 ao afrobeat. Mas, na verdade, nossa inspiração vem de várias Áfricas, desde Guiné ao batuque afro filtrado pelo nosso som tropical, que chegou a nós através de Baden, da música de Gil e de Chico Science’.
O nome Bixiga 70 é uma homenagem a duas referências fundamentais no som e na história da banda. A primeira e mais óbvia é o Africa 70 de Fela Kuti; a outra é o estúdio Traquitana, berço de álbuns de nomes como Guizado, Lucas Santtana e Leo Cavalcanti, localizado no número 70, da Rua Treze de Maio, no Bixiga. Daí então o nome que virou sinônimo de boa música black na noite paulistana.
Cássia Eller – O Marginal (1992) + Cássia Eller (1994) + Cassia RockEller (2000)
Escalado para tocar na segunda noite do Rock in Rio 3, em 2001, na Cidade do Rock, Dave Grohl, baterista do Foo Fighters, ficou tão impressionado com a versão de Cássia Eller para ‘Smell Like Teen Spirit’ que fez questão de conhecer a carioca nos bastidores. A notícia que Grohl queria Cássia abrindo shows do Foo Fighters nos EUA só vazou após a morte da cantora, em dezembro do mesmo ano, há exata uma década. Para quem viu o furacão Cássia Eller ao vivo ensandecida abrindo a programação no Palco Mundo sabe que seu adeus, aos 38 anos, foi uma das maiores perdas de um artista jovem e em plena atividade na história da MPB – comparada à morte de Chico Science, quatro anos antes, ou a de Elis Regina e Clara Nunes nos anos 80.
Para lembrar os dez anos sem Cássia Eller, estão programados lançamentos nos próximos meses de livros, DVD, filme e algumas músicas inéditas – ‘Relicário - As canções que o Nando fez pra Cássia cantar’ encabeça a lista de homenagens e já está à venda. Outro item aguardado é a caixa com nove CDs prevista para estar nas lojas no próximo dia 22 de novembro.
Ouça todas essas na playlist. Abaixo, veja uma das últimas entrevistas de Cássia Eller, no ‘Jô Soares’, e trechos do show histórico na Cidade do Rock. E ela bem que tinha avisado que o Rock in Rio seria o seu Woodstock... rip.
A África começou o século 20 com apenas três países independentes: África do Sul, Libéria e Etiópia. Entre 1957 e 1962, esse número disparou e o continente ganhou nada menos que 29 novas nações, entre elas algumas que virariam sinônimo de boa música, como Gana, em 1957, Guiné, em 1958, e Nigéria, Senegal, Benim e Mali, todos em 1960. Junto com o processo de libertação política das colônias, os governos locais decidiram apostar na música como estratégia de afirmação da cultura local incentivando a formação de big bands que acabaram virando clássicos da música black mundial ao misturar sons como highlife, voodoo e juju com influências do soul, rock e funk.
Orquestras como Baobab, do Senegal, e Poly-Rythmo, do Benin, já ganharam post aqui no blog. Mas como o baú é inesgotável, a playlist hoje tem faixas de mais dois grupos incríveis: a Bembeya Jazz National, formada logo após a independência de Guiné, em 1961, e a excelente Super Rail Band, uma das primeiras big bands do Mali, de 1970. Ambas estão hoje em atividade fazendo turnês depois de ressuscitarem nos anos 90 aproveitando a nova onda black de relançamentos.
Ouça na playlist uma seleção de dois discos clássicos da música africana: ‘Bembeya’, de 2002, primeiro CD de inéditas da Bembeya Jazz National depois de uma parada de 14 anos (com o grande guitarrista Sekou Diabate inspiradíssimo), e Kongo Sigui, da Rail Band, com outro grande músico africano em excelente forma, o também guitarrista Djelimady Tounkara. Ambos altamente recomendados.