26.1.12
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Waltel Branco - Meu Balanço (1975)
Arranjador de João Gilberto, Roberto Carlos, Tim Maia e Cazuza. Maestro de grandes bandas de bossa-jazz dos anos 60 e autor de trilhas inesquecíveis para TV e cinema, entre elas algumas antológicas como a dos clássicos 'A Pantera Cor-de-Rosa' (a original com Henry Mancini) e 'Escrava Isaura' (aquela mesmo do ‘lerê-lerê-lerê-lerê’). Com um currículo desses, Waltel Branco chega aos 82 anos andando incógnito pelas ruas de Curitiba, sua cidade natal, depois de morar no Rio, Havana, Roma e Nova York, sempre acompanhado pela nata do jazz, bossa nova e MPB. Em artigo recente, o jornalista Luiz Nassif escreveu que Waltel era 'um dos mais célebres músicos anônimos do país', um mestre ainda à espera do devido reconhecimento.
Arranjador de João Gilberto, Roberto Carlos, Tim Maia e Cazuza. Maestro de grandes bandas de bossa-jazz dos anos 60 e autor de trilhas inesquecíveis para TV e cinema, entre elas algumas antológicas como a dos clássicos 'A Pantera Cor-de-Rosa' (a original com Henry Mancini) e 'Escrava Isaura' (aquela mesmo do ‘lerê-lerê-lerê-lerê’). Com um currículo desses, Waltel Branco chega aos 82 anos andando incógnito pelas ruas de Curitiba, sua cidade natal, depois de morar no Rio, Havana, Roma e Nova York, sempre acompanhado pela nata do jazz, bossa nova e MPB. Em artigo recente, o jornalista Luiz Nassif escreveu que Waltel era 'um dos mais célebres músicos anônimos do país', um mestre ainda à espera do devido reconhecimento.
Waltel passou longas temporadas fora do país nos anos 60, morou em Cuba e nos EUA gravando com pesos pesados do jazz como Mongo Santamaria, Chico Hamilton e Henry Mancini. Foi no exterior que recebeu o convite de Roberto Marinho para dirigir trilhas de novela da então iniciante Rede Globo, quando a TV ainda não recorria a músicas prontas. Ficou na emissora por mais de 20 anos, trabalhou ao lado de feraços como Radamés Gnatali e Guerra Peixe, e compôs temas para clássicos como ‘Selva de Pedra’ e ‘Irmãos Coragem’.
Charles Gavin tentou de todas as formas relançar 'Meu Balanço', mas o projeto não foi adiante. Em 2007, já aposentado da Globo, Waltel decidiu regravar o álbum incluindo músicas de outros discos com a mesma levada groove, entre elas, ‘Fera Pantera’, adaptação da trilha da ‘Pantera Cor de Rosa’, sugestão de Chico Buarque.
Em 2011, sua obra foi lembrada em 'O Violão Plural de Waltel Branco' por um timaço que incluía Guinga, Paulo Bellinati e Quarteto Maogani. Verdadeira aula de música, o álbum é também desdobramento de um projeto de 2008 de mapear pela primeira vez suas composições em partituras. É um começo, mas ainda falta muito para Waltel chegar ao reconhecimento que merece. Com seu estilo cool, talvez nem queira. Mas a obra de Waltel Branco merece no mínimo uma super caixa com toda sua trajetória. Gênio.
Site Porta Curtas tem a íntegra do documentário 'Descobrindo Waltel', premiado por público e crítica no Festival Internacional de Curtas de SP de 2005. Leia aqui perfil excelente de Silvio Essinger publicado, em janeiro, no jornal O Globo.
Abaixo, as faixas 'Meu Balanço' e 'Zoraia', na versão de 1975, e vídeo amador com Waltel solando em jam session.
Lucas Santtana – Sem Nostalgia (2009)
Baiano radicado no Rio e parceiro constante de nomes como
Céu, Karina Buhr e Gui Amabis, Lucas Santtana fez barulho na Europa em 2011 ao lançar por lá o excelente ‘Sem
Nostalgia’, de 2009, um dos trabalhos mais originais e inovadores da música
brasileira dos últimos anos. Elogiado
em todas as mais importantes publicações europeias, o disco que mistura com maestria MPB com dub e eletrônica fechou o ano eleito melhor álbum estrangeiro pelo jornal francês 'Liberation'.
Depois de iniciar carreira com Gil, Lucas Santtana chega ao seu quarto disco em plena forma e promete ir longe. Quer conhecer melhor? ‘3 Sessions in a Greenhouse’ também tem momentos inspiradíssimos e está disponível para download no site do músico. Lucas Santtana começa a deixar seu nome entre os grandes nomes da nova geração. Abaixo, clipe de ‘Super Violão Mashup’ com imagens do Centro do Rio.
Sempre ouvi o nome do guitarrista Franco incluído entre
os maiores nomes da música africana, mas foi quando o pernambucano Siba o colocou entre suas maiores influências para voltar ao seu instrumento de origem que decidi ir além das faixas soltas em coletâneas e ouvir músicas de todas suas fases. Em pouco mais de 40 anos de carreira, Franco teve uma produção absurda gravando mais de 150 álbuns. Por
isso, a indicação aqui é esse álbum de 2001 com 12 faixas percorrendo
toda sua carreira, desde a seminal ‘Merengue’, de 1956, até a dramática
‘Attention Na Sida’ (‘Beware of Aids’), gravada pouco antes da sua morte pelo
vírus, em 1989, aos 51 anos, em Bruxelas.
Guitarrista, compositor, cantor, dono
de gravadora e fundador e líder da orquestra OK Jazz, Franco foi acima de
tudo um dos maiores nomes da música africana de todos os tempos e verdadeiro mito no
Congo (antigo Zaire). Seus solos são daqueles fluídos que passeiam pelas notas
sem falhas e com groove lá no alto. Tem muita influência cubana (referência direta para músicos de vários países africanos nos anos 60), toques de pop e folk, mas
são nas tintas jazzísticas que estão seus melhores momentos. Merece com sobras o
título de ‘lendário maestro africano’ que batiza essa coletânea obrigatória.