13.10.12

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Abayomy lança disco de estreia no Fela Day do Circo Voador com BNegão e convidados (oblogblack no Amplificador do Globo) 

Dia 15 de outubro, data de nascimento do nigeriano Fela Anikulapo Kuti, ‘feriado mundial’ para os amantes do afrobeat. Na África, EUA e Europa, o Fela Day já é tradição há bastante tempo. Por aqui, a cada ano vai ficando mais sério. Amanhã, dia 14, a festa será de gala no Rio (veja site com shows e festas em SP, BH, RS e mais cidades pelo Brasil) com vários atrativos para lotar o Circo Voador: primeiro, a programação com Abayomy Afrobeat Orquestra recebendo BNegão; André Sampaio e os AfroMandingas abrindo os trabalhos e festas Makula e Xacará Xirê tocando só sonzeira africana nos intervalos.

O Fela Day carioca terá ainda mais dois atrativos para tirar os fãs do afrobeat de casa no domingão: criada para a festa de 2009, a Abayomy comemora terceiro aniversário lançando oficialmente seu disco de estreia (Amplificador mostrou a capa em primeira mão) e com convidado especialíssimo, o guitarrista Oghene Kologbo, ex-Africa 70 (banda de Fela Kuti), que depois do show histórico com Tony Allen no Circo adotou o Rio como segunda casa.

Abaixo, entrevista com a saxofonista da Abayomy, Monica Avila, única mulher da banda de 13 integrantes. No papo, Fela Day, o primeiro disco da orquestra e ainda a faixa gravada com Tony Allen em um churrasco, em Santa Teresa. 




A Abayomy começou no Fela Day de 2009. Em três anos, muita coisa aconteceu e agora vocês acabam de lançar o primeiro disco. Como foi a primeira vez no palco?
 O primeiro encontro da Abayomy foi inesquecível. Foi exatamente para celebrar esse Fela Day de 2009. Tocamos na Casa de Jorge, na Lapa, que depois acabou literalmente afundando em uma noite dessas de temporal tropical. Foi maravilhoso, estava lotado. Thomas (Harres, baterista) e o Garnizé (Alexandre, percussionista pernambucano) foram as pessoas que iniciaram a Abayomy, mas na realidade, cada um de nós já estava meio que à procura de algo assim, talvez uns mais conscientemente que outros.

O entrosamento foi rápido?
O palco é o momento de prazer máximo, de curtir o som que estamos tocando e transmitir essa energia para as pessoas. Problemas de entrosamento podem até surgir, principalmente porque a banda é grande, mas são coisas pequenas e a energia da música sempre fala mais alto.



Nesses três anos, qual foi o momento mais marcante: show com Tony Allen? Disco de estreia?
A Abayomy tem a sorte de já ter tido vários momentos marcantes, com grandes músicos como Marku Ribas, Seun Kuti, Duke Amayo, Letieres Leite e Gabi Guedes, mas realmente o encontro com Tony Allen foi muito marcante por tudo o que aconteceu, o movimento para que o show se realizasse, pela permanência de alguns membros da banda aqui no Rio, e por tudo o que o Tony Allen simboliza para nós, simplesmente o cara que criou a batida do afrobeat junto com o Fela. Foi muito emocionante! Inclusive, o guitarrista Kologbo, que tocou com o Fela também desde a formação inicial, está de volta ao Rio agora para participar do Fela Day. A gravação do  primeiro disco também foi especial, um processo muito intenso. Fizemos tudo em apenas quatro dias, quatro madrugadas, foi bem louco e enriquecedor.


Ainda sobre Tony Allen, ele elogiou muito a banda, falando que nem na Nigéria fazem atualmente afrobeat assim. Esperava um elogio deste? Como foram os encontros com Tony Allen?
Tivemos a oportunidade de ter momentos descontraídos com ele e com a banda toda. Organizamos um churrasco para ele na casa de um amigo em Santa Teresa. E lá tem um estúdio aonde fazemos nossos ensaios. Bem, tudo virou uma grande jam, com vários amigos aparecendo, e quando vimos estávamos gravando uma faixa todos juntos, as duas bandas, foi incrível! Ainda pretendemos lançar essa faixa futuramente. Olha, receber elogios de alguém que se admira muito é sempre gratificante, ficamos muito lisonjeados pela generosidade dele, mas sabemos que ainda temos uma longa estrada pela frente para trilhar e a convivência com o Tony Allen só fez aumentar a vontade de seguirmos nesse caminho.

Fala mais sobre a gravação com Tony Allen...
Aconteceu no meio desse churrasco/jam, foi tudo decidido ali, na hora, não tínhamos ideia que aquilo aconteceria. Então foi surpreendente, de repente estávamos ali todos compenetrados e trabalhando, simplesmente produzindo uma faixa.

Como vê a cena atual de afrobeat no Rio? E fora do Brasil?
Crescendo muito, tanto aqui como lá fora. Sábado (dia 13) uma banda argentina de afrobeat estará se apresentando na Fundição. Outro exemplo dessa expansão é o ‘Fela’, musical na Broadway. Isso sem falar nas bandas daqui que tem essa influência, como o Bixiga 70. Tudo isso mostra a força do afrobeat.

Você é a única mulher da Abayomy. Como se sente, tem mais carinho, mais cobrança, é diferente?
Isso é realmente engraçado, porque a banda é grande e nem cantora tem! Mas, sim, todos me tratam com carinho especial, até me chamam de musa de vez em quando! Mas musicalmente é igual entre todos, direitos e deveres.

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