5.10.12
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Anelis Assumpção lança clipe do reggae 'Not Falling' (oblogblack no Amplificador do Globo)
Cantora, compositora e percussionista, Anelis Assumpção vive cercada de influências e referências de altíssima qualidade por todos os lados. Primeiro, é a filha mais velha do genial Itamar Assumpção (1949-2003), ícone da chamada vanguarda paulistana dos anos 80, de quem herdou talento não só para compor como para cantar. Com timbre sofisticado e groove na medida certa, Anelis fez backing vocal para o pai, teve banda própria com amigas, a Dona Zica, até lançar seu primeiro álbum, ‘Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa’, um dos melhores discos de 2011. Rodeada de amigos que formam a nata da nova cena de SP, convidou alguns deles para parcerias em algumas faixas. Estão lá Céu, Karina Buhr, Thalma de Freitas e Curumin, fazendo dub, reggae, afrobeat, samba e bossa. Para completar, Anelis tem ao seu lado músicos talentosos, como o guitarrista Cris Scabello e o tecladista Zé Nigro, além do engenheiro de som americano radicado em SP Victor Rice, ex-baixista do Antibalas e produtor do Bixiga 70. Mas aí veio a gravidez do segundo filho, Benedito, atualmente com 9 meses (ela tem ainda Rubi, que canta e até compõe em ‘Sou Suspeita’) e junto ‘uma pequena pausa, revigorante e necessária’.
Agora, Anelis está de volta a todo vapor com novo single e lançando seu primeiro clipe, o roots reggae ‘Not Falling’, com trechos gravados com público real em festa de sound system que você vê agora em primeiríssima mão no Amplificador.
Abaixo, Anelis fala sobre o clipe, planos e música independente.
Como foi gravar com público? Pode falar um pouco sobre a ideia do clipe?
Organizamos um sound system especialmente para o clipe, tudo muito solto e com pouquíssima interferência. A ideia era mostrar uma festa, pessoas dançando. Fizemos no Condomínio Cultural, um antigo hospital que virou centro cultural. A ideia do clipe (roteiro de Anelis e Luis Rodrigues) é mostrar um dia de rotinas variadas, pessoas seguindo seus corações, caminhando leve na vida, a música fala um pouco disso.
Essa pegada reggae é uma pista do som para o segundo disco?
Sempre trabalhei muito na linha dos ritmos jamaicanos, mas não tenho pretensão de ficar neles, passo por lá de vez em quando. Com ‘Not Falling’ foi assim. É uma parceria com Giba Nascimento e a melodia já sugeria esse caminho. Os meninos da banda, Mau, Cris, Bruno, já haviam até arranjado o trecho que Giba mandou.
Você teve várias parcerias no primeiro disco. Como está agora, trabalhando com quem? Algum projeto engatilhado?
Estou querendo rodar com meu disco. Sair mais de São Paulo, mostrar o trabalho mesmo. Não acho que seja relançamento, tem tanto lugar para ir, tanta gente para ouvir. Ainda não tenho nada programado para o segundo disco. Quero curtir mais. Vou sem pressa, uma hora ele vem. O exercício de compor esta sempre por aí.
O que você tem ouvido?
O de sempre, sou metódica. Marley, Djavan, Miles, Beatles, Fela... E os amigos, Céu, Tata, Thiago Pethit, Curumin, Lucas Santtana.
Como vê a atual cena independente de SP?
Vejo a música independente dependendo demais. Já foi melhor, independentes de um lado, dependentes de outro. Agora é todo mundo disputando o pouco espaço que o independente tinha, tá complicado, mas cresceu, desburocratizou. A virtualidade contribui muito, a favor e contra, tem que saber filtrar. Isso falando de mercado. Sobre criação, acho que o momento é ótimo.