5.10.12
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Só trilhas de novela foram três em sequência: Lia Sophia cantando em ‘Amor Eterno Amor’, Xeiro de Mel (com X mesmo) em ‘Avenida Brasil’, e Gaby Amarantos, indicada ao Grammy Latino na categoria Revelação do Ano, fazendo abertura de ‘Cheias de Charme’. Referência e inspiração para TV, a nova música do Pará incendeia ainda festas por todo país, foi tema do festival ‘Invasão Paraense’, em agosto, no CCBB de Brasília, e nesse final de semana será homenageada mais uma vez, agora em SP, com o ‘Terruá Pará’, que levará nada menos que 50 artistas entre músicos e produtores para o Auditório do Ibirapuera.
Desde o manguebeat, nos anos 90, que o país não via um cenário tão efervescente quanto a atual música paraense com eletromelody (fusão do tecnomelody com o dance europeu) como ingrediente mais original de um super caldeirão de ritmos com brega, carimbó e guitarrada misturados a sons eletrônicos como house e até drum and bass. Para entender melhor esse admirável mundo novo cheio de fluorescências, efeitos e aparelhagens, Amplificador foi conversar com quem está por trás de alguns dos seus maiores hits: a Gang do Eletro.
Cérebro da Gang e autor de bases eletrônicas para Gaby Amarantos, Kassin e Banda Uó, Squash prepara ainda uma mini turnê internacional com apresentação como DJ no festival Wolrdtronics, em novembro, em Berlim. No meio de tanto burburinho, a Gang finaliza o seu primeiro disco solo.
“As bases já estão prontas e agora queremos gravar as vozes nesse mês de outubro. Esperamos estar com tudo pronto até o final do ano e lançar em janeiro ou fevereiro de 2013”, adianta o grupo.
Conversamos com eles sobre os principais nomes do novo som do Pará. Veja abaixo como ficou o top 5 da Gang do Eletro.
Felipe Cordeiro: “É um grande músico que tem um som contagiante e faz um show super divertido. Foi um dos destaques entre os shows ao vivo do Prêmio Multishow”.
Aos 28 anos, Felipe Cordeiro fez um dos discos mais impactantes e representativos da cena do Pará, Kitsch Pop Cult, de 2011, com produção de André Abujamra. Misturando carimbó com lambada, rock e música eletrônica, tem muito talento e chão pela frente e deve deslanchar nos próximos meses.
Banda Xeiro de Mel: “Já faz sucesso no Pará há muitos anos, primeiro como Xeiro Verde. Desde os tempos do antigo ‘brega pop’ que tem muitas músicas legais”.
Primeira banda paraense a ganhar disco de ouro, a Xeiro de Mel foi criada em 1994 e é uma usina de hits, o último, ‘Tá Faltando Homem’, entrou na trilha de ‘Avenida Brasil’.
ARK: “Os meninos estão vindo como uma proposta nova de misturar guitarrada com tecnobrega e acabam de ganhar terceiro lugar no festival da Canção. Vale ficar de olho”.
Faixas do último CD, como ‘Rave na Floresta’ e ‘Guere Guere’, estão entre as mais pedidas nas rádios de toda região Norte. Outro sucesso da banda, ‘Samara’, foi eleita a música do verão no Pará.
Marlon Branco: “É um cara que está dentro da cena tecnobrega há muito tempo e nunca caiu. Faz muito sucesso na periferia. Sempre que toca a pista ferve”.
É autor de ‘A nova onda’, música que embala a ‘dança do treme’, coreografia mais famosa nas festas de aparelhagem.
Tonny Brasil: “Seus shows têm vários clássicos da música paraense. Já foi regravado por Calypso e Reginaldo Rossi e agora está lançando uma coletânea que deve fazer muito sucesso”.
Chamado de pai do tecnobrega e das marchinhas psicodélicas, Tonny Brasil tem gravadas cerca de 2000 músicas, algumas por artistas como Gaby Amarantos e Banda Calypso. Entre os principais sucessos na voz de Joelma, destaque para ‘Maridos e Esposas’ e ‘Cúmbia do Amor’.