1.3.13
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Agora bigband, Zebrabeat prepara estreia com reforço de crianças (Oblogblack no Amplificador do Globo)
Diretor e produtor do projeto Anikulapo, primeiro documentário brasileiro sobre o mestre do afrobeat Fela Kuti (em fase de lapidação após gravações na Nigéria), Pedro Rajão foi quem começou a circular no Facebook esse vídeo incrível gravado no final de 2012 com músicos de Belém tocando um som invocado com crianças arrepiando na percussão. Que o Pará é hoje uma espécie de nova Pernambuco, com uma cena fervilhando de bandas e tesouros ainda escondidos, já ficou mais do que claro com o sucesso da Gang do Eletro, Gaby Amarantos, Felipe Cordeiro e outros. Mas até hoje não tinha notícia sobre nenhum grupo de afrobeat surgido em Belém. Decidi ir atrás da pista e escrevi para o Júnior Gurgel (parceiro de nomes como o próprio Felipe Cordeiro, além de outros nomes menos badalados como Aíla, Jungleman, Metaleiras da Amazônia, Pipira do Trombone, Juca Culatra, Floresta Sonora), um dos idealizadores do Zebrabeat, o tal grupo que aparece no vídeo de 8 minutos ao lado de jovens da perifeira de Belém.
O papo com Júnior foi ainda melhor do que eu esperava. Parte do movimento local batizado como Junglebeat, o Zebrabeat se prepara para subir ao palco pela primeira vez na próxima semana. Com proposta altamente inovadora de convidar jovens para dividir a banda com músicos profissionais, o (ex)-quarteto (com reforço dos jovens pode chegar a 20 integrantes) está finalizando suas duas primeiras músicas que serão liberadas na web provavelmente pouco antes do show e espera verba para gravar o CD de estreia.
Veja como foi a entrevista em que ele explica como surgiu a ideia de convidar os jovens para o Zebrabeat e fala ainda sobre a cena do Pará.
“Temos muita influência da música caribenha e africana em Belém. Criamos o Zebrabeat a partir do movimento chamado Junglebeat de fazer intercâmbio entre os ritmos amazônicos como carimbó, guitarrada e zouk com o afrobeat e a cultura musical afro brasileira. Comecei o projeto junto com o guitarrista Leo Chermont e decidimos que íamos montar um grupo de afrobeat, mas não sabíamos como ia ser, porque as bandas geralmente são big bands, mesmo assim as coisas foram acontecendo. Primeiro, ensaiamos em formato de quarteto, depois veio percussão, mais uma guitarra, sopros, teclado. Hoje nós somos nove, mas chegamos às vezes a ter 20 integrantes. O Braços da Amazônia é um grupo de percussão formado por crianças carentes da periferia de Belém. A ideia começou com nosso percussionista que faz um trabalho lindo com essa criançada. Unimos então o útil ao agradável e assim formamos nossa big band.
Ainda não temos nada gravado. Para fazer o CD precisamos de uma boa grana. Entramos em alguns editais de lei de incentivo e estamos esperando o resultado. Aí sim vamos gravar o disco e também continuar com as oficinas voltadas para crianças carentes com aulas de música e produção de áudio. Semana que vem vai ter nosso primeiro show. Nesse momento, estou finalizando duas músicas para liberar na internet. Aqui em Belém a coisa tá fervendo, muito som rolando. A informação daqui infelizmente demora a chegar em outros lugares, tem sim muitas bandas que precisam ser descobertas e também redescobertas”.
Acompanhe no perfil do Júnior Gurgel as atualizações sobre o Zebrabeat. Lembre aqui top 5 da da Gang do Eletro com sons do Pará.